quinta-feira, novembro 30, 2006

Então.


Então, sabe quando a velhinha encontrou um velhinho tão bonito, mas tão bonito que não sabia como dizer que sua braguilha tava aberta? Foi mais ou menos assim que eles se conheceram. Ela sabia que ele era um puta cara importante e famoso, mas odiava que as pessoas ficassem lambendo seu rabinho. E ele tinha achado ela superbonitinha, mas meio fresca, por isso fez que nem tinha notado mas notou. O que rolou no meio não tem muito senso de importância porque não faz muita diferença na história bestinha dos dois. O que importa é que eles se amaram muito durante os primeiros cinco dias, os únicos e completamente intensos de superfluosidades de amor. Depois se separaram pra nunca mais e fugiram de não se suportarem os dois de tão iguais. E ele só pensava nela. E ela só pensava nele. E ele sabia que ela estava molhada era de chuva. Ele sabia que só a chuva molhava ela e todo mundo sabia que ela se molhava de chuva nas noites quentes e ficava linda que só ela de não poder se mexer pra não cair os pingos grudados na pele lisa de brancura bronzeada. Ele escrevia sobre ela no seu blog careta de palavrões. Ela escrevia sobre ele no seu mundo fantástico e surreal de papéizinhos de bar. Eles nunca mais se viram. Mas a sensação dos pingos da chuva e a saudade de não deixá-los cair sempre os trazia de volta praquele teatrinho de bosta onde ele deu quinze autógrafos e ela foi esquecida sem guarda-chuvas. É porque tudo é cíclico mesmo. A bosta bate na água e a água bate na bunda.

terça-feira, novembro 21, 2006

Você volta né?


Escolhe um lugar que seja o lugar perfeito. Aquele que você sempre sonhou.
Escolhi.
Agora escolhe alguém.
Você.
Eu.
É. Você.
Eu nunca imaginei que fosse eu.
Mas é você. Você parece minha esposa. Linda. Branca.
(pausa)
E agora?
Foda-se. É você.
Quer que eu te leve pra lá, é isso.
Não.
Então porque disse que sou eu?
Porque é você. Pra você ficar sabendo logo que é. Quer um cigarro?
Dá.
E de que que adianta?
Nada. Não adianta de nada.Se você quiser eu te levo.

Eu nunca servi pra escrever diálogos. Eu não sei falar. Vamos ficar muito tempo ainda sem voltar a olhar nos olhos e sentir aquele calor que só tem cheiro. Aquele perfume que só tem cor. Aquele sorriso que só aparece de noite e que brilha mais que acetona quando tira o esmalte vermelho. Sinto que descobri o suor em você. Algumas diriam amor, outras diriam tesão, outras vertigem. Eu digo suor. Porque só teve gosto de suor e foi inesquecível. Como quebrar um ovo com todo gosto achando que vai cair a gema mole, e ele vem cozido. É tudo tão novo que me faltam as metáforas. Só a gente vai saber o que foram aqueles cinco minutos eternos de beijo interminável e suor e suor e suor. E você nunca vai me ler. E talvez eu nunca mais te veja. E talvez eu tenha sonhado. Tomara que tudo se exploda.
Tchau.
Tchau, foi bom te conhecer aqui. Você é uma pessoa muito gente fina. Gostei. Foi legal .tomara que você volte. Agora só no ano que vem né. Tomara que passe rápido e que eu consiga. Vou guardar um cigarro pra você. Tomara que não demore mesmo. Foi muito bom te conhecer. Você parece demais, cara. Demais. Foi muito bom. Você volta né?
Tchau.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Queria sentar pra escrever algo que desse sentido a minha vida, mas ultimamente estou entrando em contato com fantasmas. Pode parecer ridículo porque é ridículo mesmo, mas ando vendo almas do outro mundo e outro mundo em almas que já vejo todo dia. " e é tão fantástico que essas cousas sejam reais" me diria o Fernando Pessoa - por eu voltar a acreditar em "Papais Noéis" de bosta. Mas não é bem isso. É transformar a porra da realidade escrota em algo divertido pra caralho, literalmente. Sem Ter medo de saber quem vai ler esse blog babaca. To misturando demais sexo e drogas e o resultado é uma resma de palavrões que não estão dando sentido a nada, mas estão me fazendo um pouco mais feliz, se é que ser feliz e sorrir pra oração-à- meia-do-ventilador. Se é que ser feliz é tentar se matar pra ser DJ das merendeiras-de-café-da-manhã-do-hotel. Se é que ser feliz é querer Ter sido da geração coca-cola quando quero ouvindo Renato Russo e achando que tá tudo bem. Tudo bem. Tudo bem. Fico desenhando sem giz nesse computador de letras apagadas que decorei de tanto bater nas mesmas teclas. Todo dia nas mesmas teclas. Ando entrando em contato com a morte, esses fantasmas que vêm e voltam me mandando tomar no cú e me foder também me metem medo. De não Ter vontade de chegar de novo perto do mar pra não sentir que ele vai passar. Quero ficar longe e odiar porque não cabe tanto amor assim no meu peito. Eu já disse aqui que não sei amar? Pois é, não sei. Mas sou um cara legal. Sei quando faço as coisas do jeito errado, o difícil é modificar. Será que tudo poderia ser tão diferente se quando a menina japonesa perguntou à mãe quem é meu pai ela respondesse jesus, ou josé, ou joão, ou o caralho a quatro. Mas ela ganhou uma bicicleta. E um vazio infernal dentro do peito, cabeluda do jeito que sempre foi, agora tem mania de arrancar qualquer cabelinho que aparece com a pinça. Qualquer. Já não sabe mais conter o pranto. Viaja de avião e chora com medo da morte. Pra que é que serve isso tudo se acaba tão rápido. Porra caralho merda buceta cú.
Faz de conta que passou.