quinta-feira, outubro 18, 2007

Carta anti-romântica aos milhões de leitores assíduos do meu blog


Caros amigos, leitores, amantes da escrita descompromissada de uma atriz-artista relapsa de um tempo de fugazes efeitos pós-modernos de realidade:
Venho através desta agradecer a presença virtual de seus espíritos contemplativos.
Obrigada por dividirem comigo esses momentos tão intensos de célebres alusões ao nada, mais etéreo do que nunca.
Valeu (não é assim que se deve dizer quando se ainda é jovem ) por passarem por aki, cara! (ou devo dizer, caras ??).
Aproveito também para escrever qualquer coisa que não fale de .
Ok, não vou falar. Por isso agradeço a presença.
Coço a cabeça com veemência pensando no que posso dizer pra vocês, leitores assíduos, já que nada me vem à cabeça. Não penso em política, nem na civilização, ou na modernidade, ou em inovações científicas, nem nas novelas da televisão.
Só penso em uma coisa, mas prometi não falar.
Grata por estarem aqui compartilhando esse momentos de desatino. Desejo declarar então que descobri, tardiamete, um autor chamado (coço mais uma vez a cabeça, agora com menos veemência porque esqueci o nome dele, faz parte, mas escreverei logo após o fechar de parêntese e pra vocês, muitos, esse esquecimento dura o tempo de uma risada curta. Ou um sorriso levemente desenhado no canto esquerdo) Affonso Romano de Sant´Anna. É ele. Leiam. Eu estou lendo. Está me fazendo um bem.
Serve praqueles que sabem falar em público ou escrever sobre todas as coisas, e praqueles como eu, que só pensam em falar de .
Pra refeltir um pouco sobre coisas que já sabemos e não precisamos ficar falando.
E coisas das quais precisamos viver escrevendo.
É tempo de delicadeza.











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terça-feira, setembro 18, 2007

Fiquei pensando num jeito diferente de dizer que estava

apaixonada. Mas as impossibilidades possíveis das sensações da

frieza da tecnologia muito avançada me dizem que nada vai me

fazer ter seus olhos de volta. Então preferi dar um tempo e me

omitir em palavras etéreas. Minha cidade de praias faz com que

me sinta mais calma e infinitamente alagada de relacionamentos

fugazes, como o que tivemos. Não que fugaz exclua o amor, mas

distrai o tempo. Li infinitamente em seus olhos a possibilidade de

um sim verdadeiro. Mas como acreditar assim tão fácil em

horóscopos? Como saber o que foi de verdade? Como saber se não

é mais um vento frio do sul? Só olhando de novo no seu mar de

olhos. E isso é quase impossível. Como saber se seria real, posto

que é chama? O que dá pra saber é que foi infinito enquanto

durou. Mas queria que desse pra seus olhos saberem o quanto

minha boca macia ainda sonha de olhos fechados com um

reencontro próximo de poucas horas que duram uma eternidade

na lembrança. E difíceis de apagar como uma cicatriz de infância

no joelho esquerdo.

terça-feira, agosto 21, 2007


Tinha em mente visões das folhas em branco
Dos papéis cortados
Dos escritos alheios
Das horas vazias
Das pequenas incertezas e das imensas verdades
Tudo se esvaziou.
Sobrou um papel escrito de tinta
E uma vontade absurda de acender um cigarro.

quinta-feira, julho 26, 2007

só por um rei

e fazia quase um século e meio que eles não se viam. ela, princesa, sempre anseava pelos encontros lúcidos que tinha no vez em quando. ele, rei, sempre esperava pelo encontro com aquele velha raquel dos degraus de sorvete derretido. e bastou. um encontro casual. de cinco minutos e meio para que ele a fizesse cair dos degraus. pra que o sorvete derretesse. por isso que ela o amava. por que ele sempre a fazia piscar com olhos de rímel borrado as lágrimas de sorvete derretido. e cuidado com o degrau, raquel. sempre contando com o tempo que sempre os leva ao meio.

segunda-feira, julho 16, 2007

outro dia

Se o homem soubesse o quanto ele diz dele mesmo quando trepa com uma mulher ele pensaria duas vezes antes de.
pode parecer que somos reles idiotas que ficam tristinhas ao entender que foi apenas uma foda e nada mais.
ou duas.
mas não.
a gente rouba a alma deles.
de verdade, sem querer enfiar a poesia nisso.
ja tem coisa demais enfiada.
um desabafo qualquer sobre uma vitória ínfima.

domingo, julho 15, 2007





Você começa. Eu espero , vou e sento.


Não é do tipo que encontra olhares com estranhos na rua. Mas ela sempre espera que um dia alguém que nunca tivesse visto a tocasse.
A pele morena manchada de pequenas milhares de sardas. Os olhos nunca quietos. Não pára. Nunca atravessa no sinal vermelho. Ela um dia gritou quando um homem sujo a olhou jogado no meio fio.
Não pode demorar muito, ela pensava.
E todos os devaneios que lhe vinham à mente, obcecados pala vontade docemente irritante de fumar a caixinha dourada de Carlton, transbordavam em vontade de dançar uma música qualquer. De qualquer dança que lhe fizesse sobrevoar um teto concreto. Ou de morango e maçã verde. Cada pulo era um cheiro transformando cada instante num passo em falso. Sinos ao longe. Sinal de alerta para seus olhos nunca quietos. Kiss me baby. O rádio estava sempre muito próximo.
Eu sempre critico. Acabo de criticar tudo que está acima destas linhas. O que distingue uma boa obra de uma que é lixo é que a primeira é como Roda Viva é como Guernica, a segunda como uma criança inalada de ópio. O amor, o sentimento, o continuar, a ilusão passageira. Ok. Ok. Mas eu volto a estória. O vento rodou num instante nas voltas do meu coração – ela berrou na esquina de sua casa. O cachorro havia fugido com árabes da Galiléia.
E continuo criticando. Desequilíbrios são tão óbvios nessas situações que não fazem efeito algum na estrutura formal do texto. Nem invocam paradigmas.
Tudo que ela fazia era dedicado ao cachorro ou ao ínfimo instante em que encontraria o príncipe encantado. Seria bom quatro paredes eu você e deus. Sempre procurava mas as palavras não existiam no dicionário. Seria bom. Há tempos tenta encontrar bons momentos ou ocasiões de olhar nos olhos. Dançava feito uma louca de bordel pela sala vazia e azul. Quase um aquário do seu peixe azul. Longe de ser o céu.
A história nunca termina, mas ela finaliza até o ponto em que percebe que tenta inventar personas. Até mesmo essa frase que era pra ser uma meta-linguagem nada disso é. Porque ainda sou eu. Eu mesma.
Não tem como. Sou eu mesma.

segunda-feira, julho 09, 2007


desatualizado.

mais simples do que isso só vendo o pão de açúcar de cabeça pra baixo.

ando fazendo isso nos dias em que consigo respirar.

com um peso a menos.

uma família a mais.

talvez não deva escrever mais nada pra não dizer bobagens sobre a realidade que não ando vivendo.

continuo sendo eu, ainda.

com algumas faltas.

algumas saudades.

minúscula.

E alguns anjos perdidos pela casa...



segunda-feira, maio 14, 2007

Ana

Eu não sei como dizer direito. Mas é comigo. Nunca foi com você e não é agora que vai ser. Estou passando por uma fase de "desgosto do meu bom gosto" – o nome mais bonito que consegui dar nos últimos 5 segundos, talvez depois venha outro. Ai escrevo sem pensar. To passando literalmente por uma fase de transição da vida adolescente pra adulta que eu não esperava que chegasse nunca, visto que me vejo o dia todo criança. Mas existem os meses e os anos, você sabe bem como é. To ficando um pouco longe pra que nada de mal nos aconteça. Pra que eu não estrague tudo que a gente construiu até agora. Fica bem tranquila que eu tenho certeza que passa. meu único medo é que demore demais. Mas passar passa. Vê, você que me conhece tanto. Não consigo mais escrever cartas, me olho no espelho através de um cabideiro lotado de bolsas e roupas que não estão me servindo. A casa tá pequena demais pra mim. Meus fios foram todos comidos. Isso me afeta a alma. E vê. Fazia umasemnainteira que eu não chorava. Agora choro. E creio que vai passar mais rápido que eu imaginava. Mas não me espera que eu corro, pode ir andando na frete que a estrada é longa e nossos pés precisam de descanso de quando em quando. Só preciso que você saiba. Que o Godot não vem nunca. Que nunca deixarei de te amar. Que você ainda vai dormir muito na minha casa. E dividir e roubar cobertor de noite. E eu e você e todos nós. E azedinhas brigas de um dia e meio. E dormir na praia e acordar com argentinos. E ver beleza nos bugres rosas dos outros. E nos nossos todos carnavais chorar os desencontros. E na Quarta feira poder voltar a infelicidade real da vida na cidade maravilhosa de cinzas. E verdes caminhares na lagoa...
Me perdoa por ser tão egoísta a ponto de te esconder essa lágrima que te me dói durante tanto tempo. Me perdoa?

Lembrei que você sempre teve ciúmes quando eu escrevia uns textos pra algum amigo aqui...
Ai lembrei um monte de outras coisas
E sorri.
depois chorei de novo.

domingo, abril 22, 2007

"com as mãos frias, mas com o coração queimando"

eles passaram os dedos pelos lábios imaginado a eternidade daquele momento único que nunca existiu. ela estava áspera. nunca mais queria ver aquele homem sórdido que só olhava nos olhos quando eles estavam molhados. tomaram o último copo de coca-cola. comeram o último bolinho de chuva, esperando o sol se por em homenagem ao fim do verão que nunca se vai. em frente ao pão de açucar, carregando uma última sacola de pão francês, ela deu o último suspiro de adeus. ele atravessou para um lado. ela dobrou a esquina, seus olhos se encheram de lágrimas, mas não deixou nenhuma delas cair, com medo de que ele voltasse para olhar. e ele pensou que seus olhos podiam ter se enchido de lágrimas, e pensou em voltar para olhar. mas não voltou.



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sábado, março 10, 2007

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Mergulhada num grande sertão das veredas inconcebíveis do rosa, descobri uma lágrima verdadeira. E descobri que a lagrima sofrida nunca vem de amor. E que a lagrima de amor minha é sempre fingida. E que a lagrima de verdade vem de outros sofrimentos que não são de menininha, mas de dores de adulta. Parabéns pra mim. Estou crescendo. E tenho que ficar feliz. No fim, vou ter sempre uma cadelinha em casa pronta pra lamber esse sofrimento. E há flores por todos os lados...


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sexta-feira, março 02, 2007

Foi porque eu fiquei escrevendo coisas de carnaval pra dizer que tenho novos amores. Mas era tudo mentira. Eu minto mesmo pra mim mesma. De ficar horas no telefone com ninguém imaginando você. Você sendo vários e eu sendo mim mesma de tanto me conhecer e me disfarçar de tantas outras. Meu trabalho é esse. Mentir o tempo inteiro. E de tudo que eu minto, o que fica é o que passa. O que não foi, o que não houve. O meu perfume sempre fica. É caro, é bom. Eu ganho todo ano um novo. Sempre do mesmo. Porque ela sabe que é dele que eu gosto. De Ter sempre o mesmo cheiro pra sempre lebrar de continuar esquecendo o resto.
Mas eu não. Não tenho muita fome na hora da água e quando tenho sede, como vorazmente. Pinto quadros quando estou com sono e durmo no trabalho. Esqueci de me esquecer porque. Pedi ao papai do céu um maridinho assim pra casar, dois minutos depois a TV me liga e me oferece esse casamento de mentira. Ganhei meu dia. Hoje sempre será amanhã. E ontem?

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Ando muito preocupada com as coisas que não estou sentindo.
Faltam coisas de antes que supriam os excessos de hoje e que me motivavam mais.

Que digam nada com clareza pra mim mesma

Que ando vendo nada no que vejo

E lendo nada nos que leio

Mas ainda espero os beijos nos ombros

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

fim

seu olhar seu olhar melhora
melhora o meu


(Arnaldo Antunes)

quarta-feira, janeiro 17, 2007

SouEu e ÉVocê

andam por aí me analisando de fora e me lendo por dentro
nos encontramos à noite e não paramos de ser dia
te temo e te encontro em cada ponto sem pintura ou cor
e seguimos a iluminar quaisquer coisas brancas
em que nunca confiamos o suficiente
mas nos deixamos partir
assim
qualquer coisa que diga que seremos eternos
no tempo que durarmos ...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

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Te procurei no google e você não estava.
Onde vc está?

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terça-feira, janeiro 02, 2007

o amor não tira férias


mais um desses filminhos de comédia-romântica-americana-com-final-feliz-que-me-comove
e eu fico me perguntando
até quando?