sexta-feira, dezembro 29, 2006












e precisa dizer?
PS.:


Só quando o ventilador para de rodar mais forte. A gente começa a dar o valor devido. porque o suor começa a brotar nos poros e vão caindo nossas mágoas em pequenas gotinhas que se juntam com outras e outras. Quando percebo, a cama já está molhada. Molhada e vazia. E aí eu penso em nós.
A gente se ama tão incondicionalmente que pode o mundo estar caindo nossos sorrisos estão sempre abertos quando o telefone toca.
A gente sempre vai chorar junto por qualquer besteira.
A gente sempre vai sair de moda.
A gente sempre vai Ter nossos segredos só nossos.
A gente sempre vai ser mais a gente que qualquer vinte e três de dezembro ou namorado idiota.
E as nuvens que estiverem no céu quando a gente se abraçar e partir sabendo que estamos nos devendo tanto e tanto e nunca vamos pagar e vamos aceitar porque a gente erra, essas nuvens que vão ficando pretas de raiva desse amor doentio e pleno, elas acabam se chocando e caindo. Como as gotas se transformam em suor e jorram quando o ventilador pifa.
Não importa se não estive lá, meu coração estava. Eu tenho amigas para sempre.
Pra rir Pra chorar Discutir Peidar E todos os outros verbos que culminam numa batidinha leve quando a gente se encontra. E sempre termina tudo lambuzado.
Eu tô trancada num apartamento do tamanho do meu vício, que me sufoca com sua fumaça incoerente, esperando um grande amor chegar, o ano passar, minha mãe ligar, minha cadela latir, minha vida mudar, meu dinheiro entrar, a guerra no meu Rio acabar pra eu poder passar e a única coisa que me conforta é saber que a gente se ama junto. Cada uma a seu modo. Todas lindas. Eu sempre brega. E esse amor que chove.
Somos cinco das muitas gotinhas (nós, que já fomos sementinhas) que formam uma poça d´água. As cinco que não evaporam nunca.
PS.: para Anita, Érica, Carol, pra Nath e pro nosso amor banal de vinho barato, cuspes d´água e vômito analisado.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

a gente nunca escolhe quem ama. a menininha da praia mesmo. ganhou um pára-quedas de vento, desses que se vende e voa. e saiu voando com ele. ficaram na terra pai e mãe. e ela voando pára-além.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Lista de coisas a fazer antes do ano acabar

(em ordem de lembrança. Não de importância)


Ganhar dinheiro extra
Conseguir um trabalho extra
Comprar desinfetante
Lavar o banheiro
Limpar a estante
Acabar com as pulgas (da Sofia, não as minhas)
Comprar um vestido novo
Comprar uma calcinha nova

Comprar uma havaiana
Devolver as coisas da Ana
Sexo
Escova de dentes
Unha
Praia
Fio dental
Comprar presentes
Lembrar o que foi bom no ano
Esquecer o que foi ruim no ano
Anotar o que fazer no próximo ano
Ter uma idéia genial pro próximo ano
Chegar viva no próximo ano
Terminar a centésima vez que leio cem anos de solidão
Arranjar um namorado novo
Parar de comer macarrão
Trocar os lençóis
Trocar as fronhas
Escrever uns poemas
Arrumar o armário
Dar telefonemas:
Dizer que eu amo minha mãe
Dizer que amo o resto que amo
Ligar para todo mundo no natal
Ficar rica pra gastar deslocamentos infinitos ligando pra todo mundo no Natal

ouvir musicas de chorar
chorar
ouvir musicas de rir
e rir
Ir na academia
Ir na natação
Pagar à minha tia
Fazer depilação
Dormir um pouco que seja
Cumprir pelo menos a metade da lista.
***Parar de tomar cerveja

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Vou à padaria



Sempre precisei enfrentar dias monótonos para chegar aos dias de caos completo. Sempre procurei esclarecer as dúvidas que tinha acerca do significado das coisas e sempre abri os pacotes que me causavam curiosidade. Sempre esqueci o guarda-chuva em casa quando estava chovendo e quase sempre colei chiclete na cadeira do cinema. Ontem abri um gibi de historinha em quadrinhos. Um gibi de Super-heróis. “Geralmente os Super-heróis são frutos da invenção humana, da fantasia e da ficção. Na sua grande maioria, podem usufruir de superpoderes que não são comuns aos simples mortais, grande força, uniformes e máscaras que ocultam a verdadeira identidade.”
Superman
Batman
Flash Gordon
Lanterna Verde
Aquaman
Ajax
Mulher Maravilha
Homem Aranha
O incrível Hulk
Chapolin Colorado
E até Dardevil- o demolidor no Brasil.
Além de dezenas de outros que tive preguiça.
Infinitamente cansada fiquei pensando se existe a possibilidade de um dia toparmos com o Incrível Hulk na esquina ou com um dos fabulosos X-Men na fila da padaria.
Nunca havia me interessado por Super-heróis mas a possibilidade de eles realmente existirem e serem alguém estranho. Ou próximo...
Fiquei pensando que minha avó podia ser Super Heroína. Além dela se drogar muito (pra aproveitar o trocadilho), várias vezes ela fazia coisas mágicas e ninguém desconfiava porque logo se inventava algum motivo concreto para provar o feito. Meu cachorro também podia ser super herói - minhas calcinhas somem durante uma semana e aparecem furadinhas nos lugares mais improváveis, como dentro da geladeira, debaixo do colchão, etc, etc, etc.
E a minha vizinha, que sempre sai de casa de manhã e nunca volta. Mas sai de novo de manhã. E olha que eu já fiquei madrugadas inteiras plantada na porta esperando ela chegar pra desvendar esse grande enigma.
E milhões de outras pessoas que eu sempre desconfiei. O porteiro do meu prédio que sabe até a cor do meu sutiã, minha tia avó que morreu no dia que quis, e milhões de outros enigmas vestidos de pessoas que passam pela gente todo dia e transbordam seus olhares enigmáticos por trás das capas invisíveis.
Sempre fui meio preguiçosa pra pensar nas coisas, mas isso de pensar que todo mundo pode ser um Super Herói me angustia a alma.
Sempre pensava em ser escritora quando crescesse. Cresci antes de poder imaginar como seria. Preferi seguir o caminho que já sabia de cor:
Decidi ir à padaria.

Mas como é que as coisas mudam. Antes usava camisola. Hoje durmo e acordo e ando pela casa pelada vendo filmes o dia inteiro.
O que umas férias não fazem na vida da pessoa.

quarta-feira, dezembro 13, 2006


E quando você mal conhece a pessoa e sente
Um troço forte apertando o peito que abre até o sutiã.
E pensa que ela pode te ler de longe
Que ela te filtra.
Que quando vocês se encontrarem de novo
Tudo vai explodir.
De novo.
Isso é pra você.
É qualquer coisa com amor pra você.
Toma e guarda que é sincero.
Veio pleno num dia cheio de baleias brancas

Voltei a ser rosa
não tem muita explicação
eu mudo assim assim

Por favor, retira esse rótulo da minha cabeça
Antes que eu me esqueça de não fazer nada
De me sentar mais perto da sua cara
Que me irrita toda vez que eu te perco
E você grita
Por favor, abre essa braguilha
Que eu estou esperando aflita
A hora de te amar
E você entorta os olhos
Pra não me ver chorar
Por favor, me diz que ainda
Há esperança
De vestir teu terno
E deixar de herança
Por favor, continua me iludindo
Que eu continuo fugindo.

domingo, dezembro 03, 2006

Numa noite dessas que a gente não escolhe fui parar num castelo. Em pleno tiroteio-cotidiano-real do Rio semi-maravilhoso eu num castelo amando cada instante e me esfregando num tapete peludo que eu chamava de Persa pra ficar bonito – porque eu sempre cismo que as coisas têm que ser bonitas – eu num castelo com tapete persa tomando champanhe e vendo o sol nascer e ligando pras pessoas que eu amo e sinto falta nesses momentos de estar muito feliz e Ter que dizer do amor. Era tão bonito que não dava pra segurar na cabeça. Tenho medo de esquecer o cheiro daquele visual lindo. A sensação do medo de morrer porque o motoristadonodocastelo desequilibrado quis carregar onze pessoas dentro do carro, ainda com um carinha (que ninguém conhecia mas insistia em ficar) pendurado na cabeça (do carro).
E eu achando que a gente ia morrer naquela hora.
Ainda não aprendi que quando a gente acha que vai morrer é aí que não morre mesmo.
A gente só morre quando não espera.
Quando acontecer quero contar melhor sobre isso.
De resto quero ainda muitos champanhes e castelos e melhores amigas em manhãs e oito das manhãs acordadas e lambidas de cadelas fedidas. E poesias que nunca mais serão ditas depois de festas com muitas bebidas.

Depois da experiências com castelos e champanhes tô tentando seguir os conselhos do Bortolotto pra que o Thaiti seja mais ou menos aqui, mas continuo bruta perdendo as calças na esquina e deixando as lágrimas cairem com as saias. Ainda não sou uma Lady.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Então.


Então, sabe quando a velhinha encontrou um velhinho tão bonito, mas tão bonito que não sabia como dizer que sua braguilha tava aberta? Foi mais ou menos assim que eles se conheceram. Ela sabia que ele era um puta cara importante e famoso, mas odiava que as pessoas ficassem lambendo seu rabinho. E ele tinha achado ela superbonitinha, mas meio fresca, por isso fez que nem tinha notado mas notou. O que rolou no meio não tem muito senso de importância porque não faz muita diferença na história bestinha dos dois. O que importa é que eles se amaram muito durante os primeiros cinco dias, os únicos e completamente intensos de superfluosidades de amor. Depois se separaram pra nunca mais e fugiram de não se suportarem os dois de tão iguais. E ele só pensava nela. E ela só pensava nele. E ele sabia que ela estava molhada era de chuva. Ele sabia que só a chuva molhava ela e todo mundo sabia que ela se molhava de chuva nas noites quentes e ficava linda que só ela de não poder se mexer pra não cair os pingos grudados na pele lisa de brancura bronzeada. Ele escrevia sobre ela no seu blog careta de palavrões. Ela escrevia sobre ele no seu mundo fantástico e surreal de papéizinhos de bar. Eles nunca mais se viram. Mas a sensação dos pingos da chuva e a saudade de não deixá-los cair sempre os trazia de volta praquele teatrinho de bosta onde ele deu quinze autógrafos e ela foi esquecida sem guarda-chuvas. É porque tudo é cíclico mesmo. A bosta bate na água e a água bate na bunda.

terça-feira, novembro 21, 2006

Você volta né?


Escolhe um lugar que seja o lugar perfeito. Aquele que você sempre sonhou.
Escolhi.
Agora escolhe alguém.
Você.
Eu.
É. Você.
Eu nunca imaginei que fosse eu.
Mas é você. Você parece minha esposa. Linda. Branca.
(pausa)
E agora?
Foda-se. É você.
Quer que eu te leve pra lá, é isso.
Não.
Então porque disse que sou eu?
Porque é você. Pra você ficar sabendo logo que é. Quer um cigarro?
Dá.
E de que que adianta?
Nada. Não adianta de nada.Se você quiser eu te levo.

Eu nunca servi pra escrever diálogos. Eu não sei falar. Vamos ficar muito tempo ainda sem voltar a olhar nos olhos e sentir aquele calor que só tem cheiro. Aquele perfume que só tem cor. Aquele sorriso que só aparece de noite e que brilha mais que acetona quando tira o esmalte vermelho. Sinto que descobri o suor em você. Algumas diriam amor, outras diriam tesão, outras vertigem. Eu digo suor. Porque só teve gosto de suor e foi inesquecível. Como quebrar um ovo com todo gosto achando que vai cair a gema mole, e ele vem cozido. É tudo tão novo que me faltam as metáforas. Só a gente vai saber o que foram aqueles cinco minutos eternos de beijo interminável e suor e suor e suor. E você nunca vai me ler. E talvez eu nunca mais te veja. E talvez eu tenha sonhado. Tomara que tudo se exploda.
Tchau.
Tchau, foi bom te conhecer aqui. Você é uma pessoa muito gente fina. Gostei. Foi legal .tomara que você volte. Agora só no ano que vem né. Tomara que passe rápido e que eu consiga. Vou guardar um cigarro pra você. Tomara que não demore mesmo. Foi muito bom te conhecer. Você parece demais, cara. Demais. Foi muito bom. Você volta né?
Tchau.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Queria sentar pra escrever algo que desse sentido a minha vida, mas ultimamente estou entrando em contato com fantasmas. Pode parecer ridículo porque é ridículo mesmo, mas ando vendo almas do outro mundo e outro mundo em almas que já vejo todo dia. " e é tão fantástico que essas cousas sejam reais" me diria o Fernando Pessoa - por eu voltar a acreditar em "Papais Noéis" de bosta. Mas não é bem isso. É transformar a porra da realidade escrota em algo divertido pra caralho, literalmente. Sem Ter medo de saber quem vai ler esse blog babaca. To misturando demais sexo e drogas e o resultado é uma resma de palavrões que não estão dando sentido a nada, mas estão me fazendo um pouco mais feliz, se é que ser feliz e sorrir pra oração-à- meia-do-ventilador. Se é que ser feliz é tentar se matar pra ser DJ das merendeiras-de-café-da-manhã-do-hotel. Se é que ser feliz é querer Ter sido da geração coca-cola quando quero ouvindo Renato Russo e achando que tá tudo bem. Tudo bem. Tudo bem. Fico desenhando sem giz nesse computador de letras apagadas que decorei de tanto bater nas mesmas teclas. Todo dia nas mesmas teclas. Ando entrando em contato com a morte, esses fantasmas que vêm e voltam me mandando tomar no cú e me foder também me metem medo. De não Ter vontade de chegar de novo perto do mar pra não sentir que ele vai passar. Quero ficar longe e odiar porque não cabe tanto amor assim no meu peito. Eu já disse aqui que não sei amar? Pois é, não sei. Mas sou um cara legal. Sei quando faço as coisas do jeito errado, o difícil é modificar. Será que tudo poderia ser tão diferente se quando a menina japonesa perguntou à mãe quem é meu pai ela respondesse jesus, ou josé, ou joão, ou o caralho a quatro. Mas ela ganhou uma bicicleta. E um vazio infernal dentro do peito, cabeluda do jeito que sempre foi, agora tem mania de arrancar qualquer cabelinho que aparece com a pinça. Qualquer. Já não sabe mais conter o pranto. Viaja de avião e chora com medo da morte. Pra que é que serve isso tudo se acaba tão rápido. Porra caralho merda buceta cú.
Faz de conta que passou.

segunda-feira, outubro 30, 2006

por andar nem aí por aí

desenventando as coisas de tanto ler e tentar esquecer as certezas que ainda não construí decidi me calar mais de vez em quando do que sempre. tô viajando demais pra ficar discutindo as coisas da vida e parei um pouco de escrever aqui coisas ficcionais-emblemáticas-reais-imaginárias. Só dei uma passada para deixar os leitores assíduos desse blog desvisitado periodicamente desinformados das coisas de mim que não são. tô perdendo a noção de mar. um abraço aos meus amores em tons tranquilos e um tapa nos inimigos mortais que não tenho. ainda sou o homem pacífico que não nasci. e continuo sendo. ando escrevendo em guardanapos e folhetins de jornais dos hotéis por onde despasso. a você que sabe que é. não paro de te pensar. não, eu não sambo mais em vão. mas ainda assim, sambo bem a dois por mim...

sábado, agosto 12, 2006

Dias de prego


Acorda antes da hora sem completar o ciclo, ainda com sono e cara de sono e corpo de sono de aplausos de ontem, Toma um banho rápido pra não chegar atrasada, Quando chega não tem ninguém, Sai pra tomar um café e volta dez minutos depois, Todos já chegaram, Atrasada, Limpa toda a poeira do mundo, Pega um pano preto e enfia na cara para tentar tapar a poeira que está entranhada em cada parte do corpo, de dois em dois minutos assoa o nariz, lava o rosto e Limpa toda a poeira do mundo, lava o rosto e sai, e vai pra outro lugar de poeira e recebe uma missão impossível e encontra o ex. namorado careca no meio do caminho e não olha por onde anda, ela nunca olha quando sabe que as pessoas estão tentando parecer felizes e não sabem que a felicidade não se parece, ela é, e ele não era nada, e não sabia realmente o que ele era e não olha mesmo por onde anda e pisa num prego. Pisa com o meio do pé direito no prego. nem sabe se está ou não enferrujado mas sangra e sangra e sangra e chora, e sabe que nas próximas seis ou sete hora vai só chorar e mais nada. Todos olhando. Não sabe o que sente de verdade, se dor, se ódio, se medo, se sufoco,Todos tentando remediar a situação mas o buraco está aberto e um buraco aberto é sempre um forma de deixar escapar tudo de dor que o corpo há tempos não mostrava para o mundo, e ouve que tem que tomar injeção e chora e chora e chora. Odeia injeção. O buraco aberto deixa passar também os medos de criança que nuca morreu e que foge de vez em quando, e ouve que o pé vai cair, vai gangrenar, vai Ter que tomar na bunda, na bunda eu não quero, pede pra botar lubrificante, e ri e chora incessantemente, e como queria um cigarro nesse momento, e liga pro convênio e não aceita unimed e não aceita, e também não aceita, e pisa no chão, e dói, e não aceita unimed. E hospital público. Dipirona. Dipirona. Dipirona. Ouve vozes de todos os lados, e pessoas morrendo, e queimados, e doloridos, e não para de chorar, e chora e chora e chora! Não! Ponto não!!!!! Curativo curativo curativo, médico bonito, piadas sem graça, celular tocando ninguém atende. Você vai Ter que entrar sozinha! Sozinha nãaaaaaaaaaooooo. E chora e chora e chora. Injeção.
Calma.
Chora chora chora. Não sabe mais porque só chora. A injeção não doeu, mas chora.
Volta pro lugar errado. Volta pra casa. Tenta dormir, não consegue, liga pra tia, liga pra amiga, liga pra amiga, liga pro amigo, liga pra qualquer porra e constata que o mundo a fez nascer sozinha. Eu sou sozinha. E chora e chora e chora. Mas todo mundo me quer bem. E chora e chora e chora.
E passa.
E deita em cinco minutos, visitas!!! Visitas, um dois, telefone, telefones, telefone, recados.
Filme filme filme.
Acaba o filme o rapaz vai embora, não, Sozinha,não, Chega ao elevador tentando ser cordial para que a solidão tente ficar espantada por mais alguns segundos e pum! Ou tum!
E a porta se fecha. e está sem chave. e de pijama. e descalça. e com curativo. e sem poder andar direito. E liga pra ana, ana tem chave, ana não tem chave. Celular descarrega. Anda pelas ruas com trocadilho, de pijama um tênis sim outro não, um tênis sim outro meia. Os dois. Ela de pijama ele de sorriso, mais uma noite de diversões incontrolavelmente repletas de sorriso. e ana acorda e esta sem chave preocupada com a demora dos que preferiram o ônibus ao taxi porque era mais divertido andar de pijama no ônibus com as pessoas olhando e pensando o que essa garota ta fazendo de pijama. E beijo. até amanhã. E Entra na ana. E toma banho sem fazer barulho pra não acordar os pais. E dorme na ana, na sala, com seu pijama próprio pela primeira vez - ao menos já estava de pijama.
Depois acorda com dor no braço da injeção. e mãe e pai de ana tentando entender sua presença ali, mas nada que um café não possa explicar.
Definitivamente, os dias de prego cansam.

sábado, julho 29, 2006


e agora toda vez que eu vejo coisas muito engraçadas me dá uma vontade imensa de chorar.

Fragmentos de uma noite dos incríveis (complemento urgente de dona baratinha, ou seja: só entende quem viveu.)

o cenário é uma sala. Tudo é pós-dramático e inspirado no dicionário o globo. Luz azul.
Alguns estão sentados no sofá. Outros jogados pelo chão. Ao todo são quatro. Dois homens. Duas mulheres.
As risadas acontecem quase sempre em estilo cacofônico. Moinhos estão "subentendidos". Fundo musical altera-se de acordo com a visão do leitor/espectador.

Talvez eu vá fazer xixi agora mas me passa uma torrada.
Vamo botá uma música gostosa.
Tempo.

Longo.

Porra.

Risos. Risos. Risos.

Não agüento mais.
Porra.

Risos. Risos. Risos.
Cú.
Risos. Risos.

Tú não vai fazer xixi, Verônica.
Vai fazer xixi, Verônica.
Vai fazer xixi, Verônica.
Silêncio. Barulhos estranhos.
Que é isso.
Eu tô ouvindo passos.
O vento batendo no papel laminado.
Fagotista é aquele que fagocita.
Tocador de fagote
Derivado do latim fagote. Dir-se da pessoa que freqüenta fagodes.
Festas folclóricas na noite do país.
Bota no blog, por favor.
Achei que ia ficar meio monótono.
Acabou a torrada.
Qual o nome da palavra?
Comarcão.
Ato ou efeito de represália por indivíduo de nome Marcos, gordo ou não.
Uma marca grande.
Bota o Chico!
Cadê o cartola heim?
Qual?
Desculpa, gente. Não Ter torrada pra abastecer nossas barrigas.
Foi isso que você disse?
Que é isso.
Eu tô ouvindo passos.
O vento batendo no papel laminado.
Põe Chico, coitado.
Galdério: Parto entupido.
Não!
Parto em torpor.
Não!
Parto em Tupi.
Risos.
Acabou a torrada.
Acabou.
Põe Chico.
Põe meus caros amigos.
Enter.
Não.
Não.
Enter.
O que é que a gente tava ouvindo antes?
Que é isso.
Eu tô ouvindo passos. Ó. Ouviu.
O vento batendo no papel laminado.
Esqueci.
Esqueci.
"em frente ao coqueiro verde. em frente ao coqueiro verde..."
arroto
Tem aquelas garotas que fazem tudo por prazer.
Eu prefiro com Cazuza.
Que é isso.
Eu tô ouvindo passos.
O vento batendo no papel laminado.
O Danilo soltou seu arroto de mais poderoso timbre.
Sabe uma que eu adoro... esqueci.
Pega macarrão.
"a minha senhora"... é não... é...
minha romântica senhora tentação.
Que que é timbre?
é! Minha romântica senhora tentação
eu quero botar aqui.
Isso é bom.
Isso é muito foda.
Que é isso.
Eu tô ouvindo passos. Eu ouvi mesmo
O vento batendo no papel laminado.
Ah é.
Eu também gosto.
Ah, deixa por favor.
Ahhhhhhhhh...ahhhhhhhhhhh.
Começam a cantar e dançar.
Isso é rubrica?

quinta-feira, julho 27, 2006

Um lixo

Estou em casa esperando minha mãe e minha torneira quebrou. Não para de sair água. Terei que gastar mais uns sessenta reais para comprar outra. Esta vai para o lixo.





Este texto é uma homenagem a um leitor assíduo que não comenta.

Ainda Sobre o meninO de seis aNos

Perguntaram a ele:

Você escolhe! Fica com quem? – o juiz.
Não sei.- o menino.

Você já tem idade suficiente para isso. – a promotora.
Não tenho não.- o menino.

O menino tem desvios comportamentais!- a tia.
Não tem não – a mãe.

Não tem não – o pai.
Os pais não têm condição de criar essa criança!- a tia.

Temos sim – os dois, paiemãe, ao mesmo tempo.
O pai não passou no exame de motorista! Fez cinco vezes e não passou!- a tia.

Estou treinando na máquina, no fliperama aqui do lado.- o pai.
Sorriso e sim com a cabeça - da mãe.
(silêncio. Contido e espêsso.)

Ele não pode ficar com os pais. Olha essa jaqueta. Foi a mãe que comprou. – a tia.
Eu gosto da jaqueta – o menino.

Ela é Rosa.- a tia.
Qual o problema? – o juiz.
Rosa é cor de menina – a promotora.
Rosa é cor de viado!- a tia.
Rosa é cor de criança. – o dois, paiemãe, ao mesmo tempo.

segunda-feira, julho 24, 2006

Não vamos mais dormir juntos até amanhã.

Peguei a porra da conjuntivite dele.Sabe quando você acorda e percebe que o mundo inteiro te é odioso? que todas as pessoas a sua volta são completamente desnecessárias? Ok. é TPM. só resta imaginar vidas desnecessárias, nostálgicas ou invivíveis. Invivíveis? Mas depois de um dia de trabalho completamente estressante tudo que você quer ouvir é um "amor, que bom que você chegou aqui tão cedo" porque três horas da manhã é cedo. tem muita gente que leva o cachorrinho pra passear às três da manhã. inclusive nós, meu amor, vamos começar a levar nosso cachorrinho pra passear. ou você esqueceu que teremos um filho. pausa longa.não era hora de falar sobre os filhos. ao invés disso ele diz deita-logo-e-dorme.como assim dorme? como assim? como assim?fiz questão absoluta de desfazer as malas na hora. e tiras T O D A S A S R O U P A S inclusive as sujas, muito sujas - pra mostrar o quanto eu trabalhei e a última coisa que eu queria era dormir!!!!!ele não costumava correr na lagoa como fazia antes. parou de me trazer o café da manhã na cama com a bandeijinha de gatinho, passou a acordar tarde demais e a não dar bom dia. só um beijo ralo, e mesmo assim só depois de escovar os dentes. não me beija mais com bafo!!! ele sabe que eu gosto.depois da pausa, resolveu olhar nos meus olhos e dizer chorando. estou com conjuntivite.nem olhei mais nos olhos. nem nos dele nem nos de ninguém. dormi a noite inteira e sentei de manhã no computador para inventar qualquer coisa que me deixasse desabafar nossa longa história juntos. que nem existe, mas enfim. não é essa a discussão. não consigo entender o porque de não querer nosso filho.eu não faria aborto nunca. sou a favor dos filhos quando eles são desejados. por mim. claro. só faria aborto se eu não desejasse. claro. se eu não quisesse eu tiraria. mas não preciso discutir isso agora, visto que meu filho vai ser um cão. ou melhor. uma cadela.Peguei a porra da conjuntivite dele.vejo tudo embaçado e choro nos finais dos filmes.além disso arde um pouco.

quinta-feira, julho 20, 2006

c u r t o

Uma vontade imensa de rir que não se segura e que se estende até o momento em que há falta de ar. Até onde o ar ultrapassa os limites do vento e voa. Tudo fica imensamente lindo e se tem vontade de ficar ali "até que a morte os separe", mesmo que não se esteja com ninguém. Flores e jardins e o mar com espelho grande te traz para um fluxo contínuo de desperdícios do organismo refreados e intensamente sugados pela c-a-l-m-a-r-i-a de ser um estar presente ali, naquele momento...ou não.
Porque a gente cede a esses prazeres da carne tendo sempre um leve arrependimento quando se pensa no futuro.
Que futuro. Não dá pra saber qual o ponto que se coloca depois.
De agora em diante (ou nos próximos segundos) só escrevo textos curtos.
Porque o prazer de viver a cada segundo é curto.

Aos seis anos, depois da novela

Mãe, aqui em Paraíba do Sul as pessoas também morrem?

quinta-feira, julho 13, 2006

Dez coisas que você precisa saber quando vai morar num cidade maior que você:

1-Toda pessoa que te olha quer alguma coisa bem simples mas não sabe muito bem o que, e você acaba tendo que explicar para ela. Isso inclui as putas tristes que também existem na cidade maior que você, mesmo sabendo que elas vêm de livros, esses que são maiores que você + a sua mãe e + um pedaço do seu pai (pedaço que vai da altura dos joelhos até as costelas).

2-Os dragões que o Caio F. escreve nas cartas moram no paraíso. Que é lá, ( na cidade maior que você) mas não se pode ver porque ficam escondidos onde nunca se encontra (ainda nos vértices). Traduzindo: vai ser sempre tudo meio complexo e escrito nas entrelinhas. Ou nas estrelinhas, depende de você e da sua capacidade de criar.

3-É sempre refrescante tomar um banho de mar, coisa que não existe na cidade do seu tamanho, mas que se tomado com muita freqüência te faz se sentir muito grande. Conseqüência: você vai parar de escrever cartas e criar um "blog".

4-Seus desenhos de árvore vão ficar cada vez mais simples porque você não vai ter tempo de ficar colocando detalhes, vão ser só as folhas sem pintura cor verde e o tronco fino para poupar o lápis ou giz de cera que anda custando muito. Como terá parado de comer maçãs porque não são vendidas pelo telefone, logo não vai saber mais desenhá-las (eu esqueci).

5-Você vai morar perto do lugar onde sempre sonhou quando pensava em visitar a cidade maior que você, mas não vai olhar mais para os lados porque vai sempre ter uma certeza absurda de que aquilo continua ali e não sai, que sempre vai deixar para depois.( na cidade do seu tamanho você precisa visitar os lugares todos os dias porque a qualquer momento eles podem desaparecer).

6- Vai parar de dar presentes de aniversário. (não tem muita explicação teórica para isso. Para-se e pronto.).

7-Vai sentir muita falta: dos que ama e estão perto. Dos que ama e estão longe. Dos que vê todos os dias e não ama. Dos que vê um dia ou outro e não sente nada muito específico. Dos que você nunca vê, por isso não sabe o que sente por eles. Até dos que você não ama. Porque sempre vai estar sozinho. ( na cidade do seu tamanho você nunca vai estar sozinho porque sempre vai ter um jardim, mesmo que ele seja velho...)

8-Vai conhecer cada vez mais livros e menos flores. Cada vez mais filmes e menos livros. Cada vez mais ruas e menos filmes. Cada vez mais TV e menos ruas. Ou seja, não vai conhecer o seu vizinho. Nem o porteiro. Nem o padeiro. E vai se enganar muitas vezes de apartamento.(são todas as portas iguais e tão juntas...na cidade do seu tamanho há uma diferenciação nas cores das casas pelo menos).

9-Vai sempre se emocionar com as crianças que passam nas ruas com os pais de família bonitos e sarados ou com as que cantam músicas em japonês e vêm embaladas por e-mail. Mas não vai querer uma para você. Nem criança nem cachorro. Porque é proibido no prédio onde você mora.

10- Vai descobrir aos poucos que sempre vai ser preciso voltar para uma cidade do seu tamanho, uma que te caiba de verdade, quando perceber que a fumaça te inundou e está saindo pelos poros, fazendo os olhos tremerem sozinhos e você confundir desejo de amor com sorriso amarelo. Sonhos com vontade de tomar banho. E o pior é quando você pensar que ainda pode ficar mais. Logo vai ver que tem muita roupa suja. Essa só se pode lavar na cidade do seu tamanho. Se lavar na cidade maior que você, elas ficam sem caber. E você fica se sentindo grande. Tão grande que transborda. E não tem ninguém para te beber.


terça-feira, julho 11, 2006

Era Só Detalhe

Olhou pra boca aberta dele e beijou.
Ele retribuiu. Molhado. Quente.
Ela nunca fazia isso, coitada. Tímida de infância. De lugar pequeno.
Mas era só um detalhe.
No meio de tantas coisas maiores.
Grandes. Denuncias. Crimes. Relatos. Gargalhadas. Confissões.
E sonhos. E estrelas e teatros e chopps e cigarros e cigarros e cigarros.
(Porra de devaneio louco que traz palavras etéreas quando queria que fosse só toque. Só chão. Só gosto.)
Ela queria mais.
Ele queria tanto.
Mas o detalhe. Que era o único detalhe.
Detalhe de impulso.
Não vinha.
Detalhe da porra que acabou com o casamento em castelo amarelo, destruiu os filhos com nomes estranhos que vinham de livros com "velotróis" e até o sapatinho de tricô que ela estava fazendo dês daquela noite em que se beijaram pela primeira vez. . .
Beijaram?
Noite em que não havia detalhe algum e que o choque fazia acordar.
Mas não dizia que era manhã.
Noite que não se repetiu.
Repartiu na cama de sonhar acordada de manhã com insônia sem comida na geladeira.
Vem, pode olhar. Isso é só um pequeno detalhe.
Dos poemas, das músicas só tem uma coisa- a semelhança de sonho. Porque a realidade que há é outra. Talvez ninguém saiba.
Mas da noite de detalhes ela vai lembrar
e relembrar
e desmembrar
o resto dos dias.
Até que esqueça.
E vire apenas e só mais um detalhe
Sem ponto até

Se houve ou se não houve alguma coisa entre eles dois...

?

Parece que eu tô sofrendo?
Eu mal consigo escrever palavra quando penso em você.
Só perco a respiração.

Por hoje

Nossa, bicho, passou um ano que eu não entrava aqui e escrevia baboseiras deprimentes que me deixam completamente nua diante do mundo inteiro.E o pior é que eu voltei.E mais cega ainda porque escrevo umas coisas completamente sem sentido e com tom de quem sabe perfeitamente o que diz.Tá completamente abafado isso aqui.Puta que o pariu! Só falta um pouco de palavrão, mas eu acho meio grosseiro.Que merda!

Cansei de ser rosa

Como num berro sonoro e alto que ecoa sobre os vidros embaçados de sujeiras do meu quarto pequeno sem janelas, quero gritar algo um pouco mais escuro. Que transpareça um pouco mais, porém que rasgue.
O que, eu anda não sei.
Mas estou buscando.
E não quero mais ser a cor das menininhas de vestido no joelho com anágua.
Quero ser a cor dos homens de terno que lutam por aquilo que
sabem que não entendem,
mas continuam.





Tentei escrever algo preto que não falasse de amor
Mas só pesava em você. De rosa.
Mas não vou ilustrar aqui.

segunda-feira, julho 10, 2006

L E V E

A hora é um pouco antes e bem depois do momento mais desejado.
Ouve Chico. Sabe que o sonho é bom.
Está prestes a acordar quando descobre uma paixão prematura que se completa com o fogo quente que te queima a mão no fogão de seis bocas aceso na noite anterior.
Não se lembrava mais de nada que não a tivesse causado ferida na pele.
E de ferida na pele só lembrava daquela.
A felicidade dela estava olhando de longe. Ocupava uma estrada que de amarela só tinha o sol. E quando ele partia...acabava. e o fim era onda. E onda. E onda.
Só sabia pensar no aborto e no nada de não saber mais os significados das palavras que emergiam e queriam ser versos. E queriam ser canções.
Pensava nas borboletas amarelas, nas atrizes das quais ele falava e ela não conhecia, nos amores que não tinha
E fingia que queria escrever o mundo sem ter girado na roda gigante por medo precoce de alturas. Pelos olhos infantis do tombo que rasgou o joelho com roupa de ballet.
Não sabe do que ri.
"Faz cinema. Faz Cinema, sim. Ela é demais!"
Não sabe onde está.
Pensa em cama, em sofá.
Só quer traduzir para as letras as angustias roxas que rondam o anzol do peixe que não pescou na lagoa de cidade pequena cujo nome também não se lembra
e quando lhe vier à memória não mais importará.
Lhe falta amor de mãe que ela não sabe dar e não sabe Ter porque não mantém. E não tem. Não sabe porque nem o que reza. Nem reza.
Ela é assim. Pensa que será De Alguém mas não tem tato. Não possui com os dedos. Tem medo de pegar. Ainda está recente o choro no ventre, o nascimento com olhar e cabeludo – nasceu cabeluda.
Só escreve quando está imbuída de um sentimento que ultrapassa o limite da angustia e quer calar alguma coisa que parece que está fora. Mas ela sabe que está dentro.
Anda ganhando ilusões nas ruas da cidade grande e perdendo a razão de ser do interior. Quando retorna ao barquinho, sabe que o navio está partindo, e volta. Sem rumo. Lê para descansar os lábios da vida de se falar demais sem pensar, sem olhar de verdade e hipnotizar.
Todas as paisagens se foram com a senha que esqueceu para mandar o poema relativista.
Ganhou carta de mortos, escrita por vivos – uns que ama, outros que não, todos que a fazem sentir tocada, imagina. Quer uma correspondência em linhas retas. Que dirija um trabalho torto de menina sem desejo de crescer, com quinze anos e boneca barbie cantando xuxa sem saber que um dia sonharia com brad pitt e quereria que todos esquecessem das pastas e das fotografias suas. Ainda nuas de camisola ou roupão azul de banho.
Quer casar.
Quer um filho.
Quer acreditar um pouquinho mais que valeu a pena comer o prato inteiro de brigadeiro.
E se lembra só que escreve cartas uma vez por mês, mas não abre muitas portas todo dia. Só apaga as luzes da sala quando sai. Mas esquece o som ligado.
Sempre.
O que é que fica?

Feliz Ano novo de 2006 com direito a champagnhe eu te amo vômitos .

Acabou.
Passou voando, num segundo cabendo apenas no espaço do ponteiro pequeno.
Não sabia direito o que fazer com as mãos, estava ainda um pouco bêbada.
Sabia apenas que era preciso descarregar algo que sentia e que pulsava e que ia passando assim sem que ninguém percebesse.
Estar sozinha dói como dói um arranhão no joelho que parece insignificante mas lateja a noite inteira e não adianta passar pomada "hipoglos", que é pra assadura de bunda de neném.
Descoberta importante: remédios certos pra feridas específicas.
Duas cervejas
Um ou dois goles de Caip vodka de morango
Um Ice
Cinco ou seis goles de Red Bull
Um copo de mais ou menos 235 ml de Wiski
Uma Champagne inteira
Sozinha
Com milhos de pessoas a sua volta
Escutou do buraco pequeno que liga pessoas que estão aparentemente perto aparentemente longe que "não se está sozinho estando sozinho, pode-se estar sozinho com um monte de pessoas a sua volta, até mesmo no maracanã". Oba!
Havia então experimentados as mais variadas formas da sua solidão misturada com a bebida dos outros e com umas bocas que passam e com umas musicas que tocam umas vozes que falam uma cabeça que gira...
Acabou. Passou voando,num segundo cabendo apenas no espaço do ponteiro pequeno.
Foi só meter o dedo na goela.
Pronto, passou.
E o Ano Também Passou. E o riso não veio e não veio a aleria. E o Fernando. E a Clarice. E todos aqueles outros que não passam,o Vinícius, o Jostein, e todos os outros que ficam, o Milan, o Gabriel, e todos os outros que eu não recordo mas que me prendem em tardes de sábado véspera de prova início de ano de concurso com sol rachando na testa e porque não sei ao certo de onde vêm as palavras que não são minhas, mas que não saem com o vômito. Muita coisa não sai com o vômito. Cansei do formalismo babaca que exclui o eu do eu mesmo de estar escrevendo e que tenta me entregar um ar de outro que se passa por mim, mas que todo mundo sabe que sou eu tentando não me ser... sou eu porra!
Eu que xingo que falo de mim que não consigo te esquecer nem com toda a minha bile sendo discarregada vaso abaixo. Foda-se as palavras com erros eu erro e eu não consigo encontrar o manual pra acertar a fórmula correta de escrever fim e dar tudo certo. To aprendendo a dizer a verdade e só consigo mentir. Sou feliz pra caralho e não consigo gozar.Gozar eu gozo, mas e depois?e depois do gozo? E depois que o lobo-mau come a chapeuzinho.
tenho certeza de que ela não ficou na barriga dele.
Feliz Ano Novo.
Setedejaneirodedoismilesseis

Ao Amor

Foram poucos os momentos que passamos juntos, aparentemente foram muitos os anos que vivi. Não, não. Foram poucos. Não aprendi a dizer eu te amo. Simples e cru. Não sei se por não saber o que é o amor que se foi perdido e distraído. Não me avisou, calado. Não sei dizer te amo pra ninguém. Eu queria ter te dito que nunca disse pra ninguém. Mas já disse ser o ter de verdade. Já disse sem querer, sem saber o que dizer, disse amor. Mas amor não disse o que eu queria ser naquele momento único. Impar par. Dois ou um só. Ou ninguém. Não sei se dormi ao seu lado ou se sonhei a noite que dormia ao seu lado. Mas sei que eu dormi. Você, não sei. E você não voltou. Não sei fazer declaração de amor banal. Ser que sou o amor banal. O que não sabe que é e que sente que não sabe dizer a palavra que é. É azul. É mar. É água. É teto. Redondo. De dia. De noite. Não sei ser amor. Não sei amar e te perdi. Perdi mais vezes, eu sei. É doce. Preciso escrever por não saber dizer. Queria ser mais brega nas palavras e não saber como escrevê-las. Mas não sei como escrevê-las menos ainda como dizê-las. Sinto que se você soubesse, estaria aqui agora. Mas ninguém está. Ninguém. E é só. Sou só. Eu e minha falta de dizer amor.
À você.
O segundo que me fez escrever.
Igual a todos os outros que não me deixou dizer.