sexta-feira, dezembro 29, 2006












e precisa dizer?
PS.:


Só quando o ventilador para de rodar mais forte. A gente começa a dar o valor devido. porque o suor começa a brotar nos poros e vão caindo nossas mágoas em pequenas gotinhas que se juntam com outras e outras. Quando percebo, a cama já está molhada. Molhada e vazia. E aí eu penso em nós.
A gente se ama tão incondicionalmente que pode o mundo estar caindo nossos sorrisos estão sempre abertos quando o telefone toca.
A gente sempre vai chorar junto por qualquer besteira.
A gente sempre vai sair de moda.
A gente sempre vai Ter nossos segredos só nossos.
A gente sempre vai ser mais a gente que qualquer vinte e três de dezembro ou namorado idiota.
E as nuvens que estiverem no céu quando a gente se abraçar e partir sabendo que estamos nos devendo tanto e tanto e nunca vamos pagar e vamos aceitar porque a gente erra, essas nuvens que vão ficando pretas de raiva desse amor doentio e pleno, elas acabam se chocando e caindo. Como as gotas se transformam em suor e jorram quando o ventilador pifa.
Não importa se não estive lá, meu coração estava. Eu tenho amigas para sempre.
Pra rir Pra chorar Discutir Peidar E todos os outros verbos que culminam numa batidinha leve quando a gente se encontra. E sempre termina tudo lambuzado.
Eu tô trancada num apartamento do tamanho do meu vício, que me sufoca com sua fumaça incoerente, esperando um grande amor chegar, o ano passar, minha mãe ligar, minha cadela latir, minha vida mudar, meu dinheiro entrar, a guerra no meu Rio acabar pra eu poder passar e a única coisa que me conforta é saber que a gente se ama junto. Cada uma a seu modo. Todas lindas. Eu sempre brega. E esse amor que chove.
Somos cinco das muitas gotinhas (nós, que já fomos sementinhas) que formam uma poça d´água. As cinco que não evaporam nunca.
PS.: para Anita, Érica, Carol, pra Nath e pro nosso amor banal de vinho barato, cuspes d´água e vômito analisado.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

a gente nunca escolhe quem ama. a menininha da praia mesmo. ganhou um pára-quedas de vento, desses que se vende e voa. e saiu voando com ele. ficaram na terra pai e mãe. e ela voando pára-além.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Lista de coisas a fazer antes do ano acabar

(em ordem de lembrança. Não de importância)


Ganhar dinheiro extra
Conseguir um trabalho extra
Comprar desinfetante
Lavar o banheiro
Limpar a estante
Acabar com as pulgas (da Sofia, não as minhas)
Comprar um vestido novo
Comprar uma calcinha nova

Comprar uma havaiana
Devolver as coisas da Ana
Sexo
Escova de dentes
Unha
Praia
Fio dental
Comprar presentes
Lembrar o que foi bom no ano
Esquecer o que foi ruim no ano
Anotar o que fazer no próximo ano
Ter uma idéia genial pro próximo ano
Chegar viva no próximo ano
Terminar a centésima vez que leio cem anos de solidão
Arranjar um namorado novo
Parar de comer macarrão
Trocar os lençóis
Trocar as fronhas
Escrever uns poemas
Arrumar o armário
Dar telefonemas:
Dizer que eu amo minha mãe
Dizer que amo o resto que amo
Ligar para todo mundo no natal
Ficar rica pra gastar deslocamentos infinitos ligando pra todo mundo no Natal

ouvir musicas de chorar
chorar
ouvir musicas de rir
e rir
Ir na academia
Ir na natação
Pagar à minha tia
Fazer depilação
Dormir um pouco que seja
Cumprir pelo menos a metade da lista.
***Parar de tomar cerveja

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Vou à padaria



Sempre precisei enfrentar dias monótonos para chegar aos dias de caos completo. Sempre procurei esclarecer as dúvidas que tinha acerca do significado das coisas e sempre abri os pacotes que me causavam curiosidade. Sempre esqueci o guarda-chuva em casa quando estava chovendo e quase sempre colei chiclete na cadeira do cinema. Ontem abri um gibi de historinha em quadrinhos. Um gibi de Super-heróis. “Geralmente os Super-heróis são frutos da invenção humana, da fantasia e da ficção. Na sua grande maioria, podem usufruir de superpoderes que não são comuns aos simples mortais, grande força, uniformes e máscaras que ocultam a verdadeira identidade.”
Superman
Batman
Flash Gordon
Lanterna Verde
Aquaman
Ajax
Mulher Maravilha
Homem Aranha
O incrível Hulk
Chapolin Colorado
E até Dardevil- o demolidor no Brasil.
Além de dezenas de outros que tive preguiça.
Infinitamente cansada fiquei pensando se existe a possibilidade de um dia toparmos com o Incrível Hulk na esquina ou com um dos fabulosos X-Men na fila da padaria.
Nunca havia me interessado por Super-heróis mas a possibilidade de eles realmente existirem e serem alguém estranho. Ou próximo...
Fiquei pensando que minha avó podia ser Super Heroína. Além dela se drogar muito (pra aproveitar o trocadilho), várias vezes ela fazia coisas mágicas e ninguém desconfiava porque logo se inventava algum motivo concreto para provar o feito. Meu cachorro também podia ser super herói - minhas calcinhas somem durante uma semana e aparecem furadinhas nos lugares mais improváveis, como dentro da geladeira, debaixo do colchão, etc, etc, etc.
E a minha vizinha, que sempre sai de casa de manhã e nunca volta. Mas sai de novo de manhã. E olha que eu já fiquei madrugadas inteiras plantada na porta esperando ela chegar pra desvendar esse grande enigma.
E milhões de outras pessoas que eu sempre desconfiei. O porteiro do meu prédio que sabe até a cor do meu sutiã, minha tia avó que morreu no dia que quis, e milhões de outros enigmas vestidos de pessoas que passam pela gente todo dia e transbordam seus olhares enigmáticos por trás das capas invisíveis.
Sempre fui meio preguiçosa pra pensar nas coisas, mas isso de pensar que todo mundo pode ser um Super Herói me angustia a alma.
Sempre pensava em ser escritora quando crescesse. Cresci antes de poder imaginar como seria. Preferi seguir o caminho que já sabia de cor:
Decidi ir à padaria.

Mas como é que as coisas mudam. Antes usava camisola. Hoje durmo e acordo e ando pela casa pelada vendo filmes o dia inteiro.
O que umas férias não fazem na vida da pessoa.

quarta-feira, dezembro 13, 2006


E quando você mal conhece a pessoa e sente
Um troço forte apertando o peito que abre até o sutiã.
E pensa que ela pode te ler de longe
Que ela te filtra.
Que quando vocês se encontrarem de novo
Tudo vai explodir.
De novo.
Isso é pra você.
É qualquer coisa com amor pra você.
Toma e guarda que é sincero.
Veio pleno num dia cheio de baleias brancas

Voltei a ser rosa
não tem muita explicação
eu mudo assim assim

Por favor, retira esse rótulo da minha cabeça
Antes que eu me esqueça de não fazer nada
De me sentar mais perto da sua cara
Que me irrita toda vez que eu te perco
E você grita
Por favor, abre essa braguilha
Que eu estou esperando aflita
A hora de te amar
E você entorta os olhos
Pra não me ver chorar
Por favor, me diz que ainda
Há esperança
De vestir teu terno
E deixar de herança
Por favor, continua me iludindo
Que eu continuo fugindo.

domingo, dezembro 03, 2006

Numa noite dessas que a gente não escolhe fui parar num castelo. Em pleno tiroteio-cotidiano-real do Rio semi-maravilhoso eu num castelo amando cada instante e me esfregando num tapete peludo que eu chamava de Persa pra ficar bonito – porque eu sempre cismo que as coisas têm que ser bonitas – eu num castelo com tapete persa tomando champanhe e vendo o sol nascer e ligando pras pessoas que eu amo e sinto falta nesses momentos de estar muito feliz e Ter que dizer do amor. Era tão bonito que não dava pra segurar na cabeça. Tenho medo de esquecer o cheiro daquele visual lindo. A sensação do medo de morrer porque o motoristadonodocastelo desequilibrado quis carregar onze pessoas dentro do carro, ainda com um carinha (que ninguém conhecia mas insistia em ficar) pendurado na cabeça (do carro).
E eu achando que a gente ia morrer naquela hora.
Ainda não aprendi que quando a gente acha que vai morrer é aí que não morre mesmo.
A gente só morre quando não espera.
Quando acontecer quero contar melhor sobre isso.
De resto quero ainda muitos champanhes e castelos e melhores amigas em manhãs e oito das manhãs acordadas e lambidas de cadelas fedidas. E poesias que nunca mais serão ditas depois de festas com muitas bebidas.

Depois da experiências com castelos e champanhes tô tentando seguir os conselhos do Bortolotto pra que o Thaiti seja mais ou menos aqui, mas continuo bruta perdendo as calças na esquina e deixando as lágrimas cairem com as saias. Ainda não sou uma Lady.